quinta-feira, 19 de julho de 2012


Breve apresentação histórica da Vila de Caneças

O nosso Agrupamento localiza-se na Vila de Caneças que pertence ao concelho de Odivelas e distrito de Lisboa.

Caneças é uma povoação com uma história muito rica graças às belezas do lugar, aos costumes e às atividades económicas das suas gentes, sem esquecer os vestígios do património histórico, testemunho de vivências de outrora.

As atividades antigas dos habitantes de Caneças distribuíam-se pelas  ocupações das lavadeiras, dos viveiristas, aguadeiros, trabalhadores agrícolas, artesãos como o ferrador,o ferreiro, os sapateiros e pequenos comerciantes.

Se percorrermos a nossa Vila ainda podemos encontrar lugares aprazíveis ao descanso e o convívio, graças aos parques de merendas e zonas verdes existentes.

Do passado, podemos conhecer e visitar as magníficas fontes, os lavadouros, os chafarizes, a Igreja Matriz de São Pedro, as hortas, os viveiros e os monumentos nacionais- a anta das "Pedras Grandes", localizada no Casal Novo, e a monumental obra do Aqueduto das Águas Livres que percorre a parte norte da freguesia de Caneças.



construído início século XX
     Coreto – construído no início do século XX  foi palco musical da  
Real Fanfarra Canecense e da Avante Canecense.
De Aldeia a Freguesia

 Caneças pertenceu à freguesia de Santa Maria de Loures e esta, por sua vez, ao termo de  Lisboa até à criação do concelho dos Olivais em 11-09-1832. Em 22-07-1886, o concelho dos Olivais foi extinto e criado o concelho de Loures, em 27-08-1886,passando a freguesia de Santa Maria de Loures, a que pertencia Caneças, a fazer parte concelho de Loures.

Em 1914, os moradores de Caneças e Vale de Nogueira apresentaram uma petição para a criação da paróquia civil de Caneças, pois os canecenses consideraram que os seus problemas passariam a ser resolvidos com acuidade e celeridade. Esta seria a concretização de um desejo antigo, apoiado pelos  veraneantes que à povoação acorriam para descansar ou em busca de tratamento.

 O Deputado da Nação, António França Borges, apresentou pela primeira vez o projecto de lei para a criação da paróquia civil de Caneças, no Parlamento, em 1914, que continha os pareceres favoráveis da Junta de Paróquia de Loures e da Câmara Municipal de Loures.

O projecto de lei acabou por ser votado favoravelmente na sessão legislativa, iniciada em Setembro de 1915, depois de nova apresentação pelo deputado Luís Derouet. No dia 10 de Setembro de 1915, foi promulgada a Lei nº 413, no Diário do Governo (I Série – nº 182) que criava, assim, no concelho de Loures a paróquia civil de Caneças, abrangendo a nova freguesia os lugares de Caneças e de Vale de Nogueira:

No dia 15 de Dezembro de 1915, foi instalada a primeira Junta da Paróquia Civil de Caneças,  formada pelos cidadãos:

Policarpo Domingos Pedroso - Presidente da Junta de Paróquia;
Francisco dos Santos Paisana - Vice - Presidente;
Manuel Simões Carrelo - Tesoureiro;
Casimiro Martins Claro e João Simões Pinheiro - 1º e 2º Secretários.


Vila de Caneças


A elevação de Caneças a Vila foi aprovada pela Assembleia da República, em 20 de Junho de 1991. A Lei nº 77/91, de 16 de Agosto de 1991, determinou:

“A povoação de Caneças, do concelho de Loures, é elevada à categoria de vila e passa a designar-se Vila de Caneças.”

         A freguesia de Caneças foi desanexada do município de Loures, passando a integrar o município de Odivelas, criado em 19 de Novembro de 1998.


segunda-feira, 16 de julho de 2012

Fontes de Caneças

Fonte das Piçarras ou de santo António

O  início da construção da Fonte pelas mãos do próprio proprietário, António Mateus dos Santos, 
data de  finais do século XIX.
 Em 5 de Abril de 1933, a portaria autorizava a comercialização da água mineralizada, pura e digestiva.
Decoração inspirada no Estilo Manuelino constitui um conjunto artístico harmonioso e de grande beleza. Os arcos em ogiva e de volta perfeita decorados são apoiados em colunas torsas, sobre os arcos alternam a esfera armilar, a nau e a cruz de Cristo.
A propriedade foi adquirida, em 2011, pela Câmara Municipal de Odivelas.

Fonte das Fontainhas (pública)
 

   Na sua construção e decoração foi utilizada a pedra de cascata, contrastando com a cor da vegetação, transmitem aos visitantes a tranquilidade e harmonia da natureza.
A Fonte das Fontainhas abastecia uma parte da então aldeia e era  motivo de publicidade por ser utilizada no fabrico de pão, devido à qualidade da “água pura e finíssima” .
 Inicialmente, sem controlo rigoroso, a água chegava a Lisboa aos domicílios, cafés e pensões já nas bilhas de barro, desde o século XIX.
Fonte do Ouro,Vale Nogueira, fonte pública,
com referências desde o século XVIII.
Fonte dos Castanheiros (particular)
     Inaugurada em 8.12.1931 com pompa e circunstância, 
   era  propriedade de um grupo de sócios, a “Sociedade Água de Caneças, ldª.” A fonte está protegida por um nicho, delimitado por três arcos de volta perfeita, cuja parte superior foi embelezada com motivos naturais.   
     O interior do nicho foi revestido em pedra mármore.
Fonte Santa - Casal Vale Côvo (pública)
Fonte Velha - Lugar d'Além (pública)
Outrora, neste agradável espaço celebrava-se
 a Festa  da Bela Cruz.
Festa popular que tinha lugar no dia 3 de maio.
A cruz decorada com flores é uma tradição que se mantém.
Fonte dos Passarinhos - Lugar d'Além (particular)
 Inaugurada em 4 de Abril de 1933, por Joaquim Fernandes Lapa e Manuel Mourisco.
A Fonte está protegida por um nicho, delimitado por três arcos de volta perfeita e foi decorada com gosto e beleza. Na decoração foram utilizados diversos materiais - pedrinhas do mar, coloridas, conchas de berbigão e mexilhão e pedaços de barro cozido que dão vida a estrelas e a passarinhos.
Neste aprazível espaço, podemos observar os diferentes espaços, ligados à atividade dos aguadeiros: o local da lavagem das bilhas e armazenamento; o escritório, recuperado recentemente.
 Fonte da Quinta de Castelo de Vide (particular)
Fundada por Aniceto dos Santos Paisana em 1931. Mantém o espaço da lavagem das bilhas. O espaço interior da fonte era decorado com pequenas amostras de azulejo multicores e com magníficas plantas que embelezavam o espaço.